terça-feira, 4 de janeiro de 2011

2050

Saborosa sensação de curtir meus quase 61 anos
Te ter mais uma vez seria todo o meu prazer então
Sem medo de viver eu arriscaria toda essa sensação
Enquanto outros lábios te beijaram ao longo dos anos

Já não proponho nada que a máquina não responda
A equação evaporou e o computador personificou
A água é o meu combustível e dos autos também
Dali praqui em um instante, partículas me compõem

Corre de mim todo o cibernético cão e a rapousa eletrônica
minha autorealização se encontra no momento que ouço o vinil
puro e nostálgico, preenchido de lembranças dos belos momentos
morremos repetidas vezes, todos os dias, a cada hora

Num parto só óleo e encoders, automação ocupa a experiência humana
reprodução em massa, caleidoscópios nas lojas, à venda!

2050 - 20 anos passando - 50 anos vezes 4 evoluídos
antenas no sangue e chips no cérebro, ai ai ai
trombetas tocam e sinto o fogo ardendo, como nos velhos tempos
agora há de ressoar a mais bela melodia, analógica

Os ouvidos não entendem e eu não te entendo mais
eu tenho medo da minha condição, mas posso seguir vivendo
não te quero por mais um dia, mas por toda a eternidade
o tempo dilatado e o espaço contraído paradoxalmente!

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