sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Desiludido

Acordando sinto teu perfume
cintilante aparece-me a fome
travando linguas vou te beijar

Você acorda e nem olha pro céu
encarece de um lindo anel
agora é hora de se levantar

Desiludido vou seguindo
até agora eu estava mentindo
não tem ninguém para acordar

Homem da hora torno-me assim
e já não sei cuidar de mim
penso em quanto eu vou aguentar

palavras que se perdem pelo vento
não há mais tempo para o tempo
agora não dá pra disfarçar

a lágrima que corre no meu rosto
um sentimento de dispojo
eu vou deixar tudo me levar

situações más me confundem
sempre tem alguem que me ilude
não posso mais acreditar

nos dedos simples idéias tolas
já pronuncio pela minha boca
que já chego a hora de dormir

Queimando o mar

Queimando anestesia não tem como ser melhor
ainda mais se desse pleito nos transmutarmos para o pó
Centelha hei de produzir até faíscas irão surgir

Arbusto me agarram, me sufocam e me maltratam
na vida há de tudo que se possa imaginar
já vi até um filme no qual o objetivo era queimar o mar

Incubido de escrever linhas tortas, desordenadas e atenciosas
O poeta não escreve mais por amor à letra ou poesia
simplesmente se alimenta uma fome à mais fonte venenosa

Rebole, caia, chupe, beba, sente e fale
não há nada que me digam que não posso acreditar
diante disso tudo prefiro é queimar o mar.